O auto retrato como ferramenta para a expressão de gênero

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O exercício de exploração e investigação da auto-imagem remete a questões filosóficas e antropológicas fundamentais à natureza humana, tais quais "quem sou eu?" e "quem é o outro?", mas também é um vetor extremamente potente para alcançarmos resultados práticos, como alterar a percepção de corpos que são historicamente marginalizados. A partir das sucessivas lutas de classe, da evolução da tecnologia e do acesso aos meios de produção artística (cinema, fotografia, pintura, entre outros), o retrato «democratiza-se», isto é, torna-se um elo vulgarizado de afirmação, de reforço de uma auto-imagem, correlativo do desejo de afirmação social, mas, também, de reivindicação de poder de um grupo que até aqui não tem lugar nos centros decisórios do poder econômico e político (Medeiros, 2000). O projeto também visa dar luz a problemática que esses corpos enfrentam e debater a forma como são representados ou silenciados pela grande mídia. Não podemos falar em mudar os tipos de imagens que nos são oferecidas pela mídia sem reconhecer que a vasta maioria delas é criada a partir de uma perspectiva patriarcal. Essas imagens não mudarão até que o pensamento e a perspectiva patriarcais mudem (Hooks, 2000).

Interessados na proposta de enviar ensaios fotográficos podem enviar seus trabalhos via We Transfer (para não perder a qualidade das fotos) através da seção contato. O

s ensaios podem vir acompanhados de identificação e de produções textuais (descrições, poemas, trechos de autores que inspiraram as peças) para enriquecer a composição dos trabalhos.

 

 

Concepção e texto:

Eric Napoli Fernandes