último texto
4.0
Nem isto nem aquilo Nem tanto ao sabor do vento Tão pouco em trajetória milimetricamente calculada. Nem tanto de sabedoria inafiançável tão pouco de inesperado. Ainda resta um tanto de alma a ser desvendada enquanto o corpo permanece em movimento contínuo tentando alcançar o céu.. Nem isto nem aquilo. Ainda cabe a poeira nas cartas guardadas no guarda-roupa mas o peito já se resguardada amiúde.E se o sorriso permanece no rosto ,em mudo convite, lá em cima resta a lua, inalcançável. ...Então dança, moça,por sobre a chuva..Molha teu corpo com todos os dias que ainda te restam e arrisca ter sempre um quê de esperança,como em desafio....Pula todas as poças, ri de todas as regras, só não te esquece que, no fim de tudo, seu único lugar intransponível é bem aí ,dentro de si e ama como se tua vida dependesse de cada instante de paixão... teu corpo.tuas regras mteu tempo...
último texto
[...]Era quase como um ritual. Sem marcação prévia, nos reuníamos no pátio do Bloco E, em meio a um CEFET caótico, onde sempre havia uma obra por terminar, um vazamento de água no chão e uma greve iminente. De todos os lados chegávamos, do pavilhão, das salas de aula precárias, dos corredores empoeirados. Alguns, (o/ cof cof), chegavam somente para isso, para o encontro de todos os dias, para nos reunirmos nos bancos verdes do Bloco em frente ao auditório e pensarmos e cantarmos o mundo. A mim, que fora criada em uma escola onde se pedia licença para beber água e ir ao banheiro, me parecia mágico que pudéssemos nos reunir ali por horas seguidas, violões em punho, passando em revista todas as músicas que conhecíamos. Foi ali que revi as canções da minha infância, tocadas e esmiuçadas pela minha mãe no chão da minha sala, enquanto me explicava o mundo em fragmentos de Gil, Caetano e Chico.[continua]
último texto
[...]Andando pela cidade a gente pratica a cartografia das escutas, vai mapeando pelas ruas as falas e gestos do povo e assim entendendo um pouco de um espaço compartilhado, de sentir e de conviver...No colorido das roupas, no comércio popular é onde as trocas acontecem e é muito interessante perceber a mudança dos rostos, o ar de festa, a fila para vender ( e comprar) o body amarelo, as camisas numeradas esticadas no meio do passeio, os ambulantes contando piadas do jogo anterior... Nessa fluxo incessante de gente e falas, de imagens e sons é impossível determinar onde começa e onde termina o espaço de cada um. De que cidade falamos? [...]